17 dezembro 2008

25 outubro 2008

Misturando sabores


A variedade, a mistura, é uma característica das democracias. Somente nas democracias é possível escolher, nas ditaduras, nos locais onde se adota a filosofia do pensamento único não é possível escolher, pois só há uma opção. Essa filosofia tem tudo a ver com espectativas, com a forma como se vê a humanidade.

Costumo afirmar que o paraíso terrestre acabou com Adão e Eva - com a ajuda da cobra, é claro! Depois disso não é mais possível almejar perfeição. Somos falhos e aceitar isso é demonstração de maturidade. Os regimes democráticos aceitam essa realidade: ninguém é tão perfeito que possa ser a única saída, o único caminho. Caminhar na busca da perfeição - meta inatingível - é a única forma de progredir, de melhorar.

Os regimes comunistas costumam se considerar perfeitos e, por serem perfeitos, não há mais o que discutir, não há mais o que eleger. Tudo está como deverá estar para sempre. Vejam o exemplo de Cuba, porque eleger um novo presidente se Fidel Castro é a perfeição aqui na terra? Perda de tempo! Eterniza-se o perfeito no poder.

Não é por outra razão que nos regimes comunistas tudo é único. Uma só televisão, um só jornal, um só partido, uma só verdade. Ter mais do que um significa admitir o contraditório, o disenso e a discussão e isso não é permitido em regimes que se proclamam perfeitos.

Aqui no Brasil nós já estamos no meio do caminho. Já descobrimos que toda a verdade, todo o acerto, toda a bondade e todo o progresso material e humano estão nas esquerdas. Já acabamos com a centro-esquerda, com o centro e - Deus me livre! - com o perdão da má palavra, as direitas. Agora só nos falta descobrir a melhor esquerda e pronto!

Quando tivermos achado a esquerda perfeita poderemos acabar com esse desperdício de tempo e dinheiro que é a democracia. Ainda não encontramos, mas falta pouco, ainda chegaremos lá!

11 junho 2008

Colônia

Você é um colonizado quando se sente como tal ou quando te tratam como tal? Eu devo ser um colonizado porque sinto que as duas coisas se aplicam: me sinto e sou tratado como tal. E tem mais! Ser colonizado não é o problema, mas ser colonizado por um colonizador subdesenvolvido. Explico: quando o colonizador é inferior ao colonizado, quando a barbárie quer exportar sua cultura ao civilizado, aí é que é brabo!

Moro no sul do Brasil, no Rio Grande do Sul e, perdoem-me os que moram nos nossos dois grandes centros, mas nosso povo, nossa cultura aqui da região, apesar de também ter os seus percalços, está num nível acima. Se analisarmos os IDHs - Índice de Desenvolvimento Humano - regionais, nosso índice é melhor.

Nada de extraordinário, mas como resultante dos movimentos migratórios, da maciça colonização italina e alemã da região. Mas, apesar disso, ainda somos tratados como colônia, ainda ficamos sob o comando da matriz. Manda quem pode, obedece quem tem juízo;

26 maio 2008

Same mistake

I'm not calling for a second chance,
I'm screaming at the top of my voice,
Give me reason, but don't give me choice,
Cos I'll just make the same mistake again,
..................................................................
Excerpt from lyrics of James Blunt's Same mistake

28 janeiro 2008

Números

Dizem que a ciência dos números desvenda os segredos da vida. Eu sou menos pretensioso, não almejo conhecer os segredos da vida, e nela só quero ser um. Unitário, único, uno, íntegro, integral, um todo concentrado em um só. Luto para não se podado, cortado, dividido, separado.

Somos um animal, que dizem racional, mas com um futuro vegetal. Com a passagem dos anos, abandonamos nosso lado selvagem, animal e vamos, aos poucos, assumindo nosso lado vegetal. Abandonamos os prazeres carnais, os prazeres da mesa e da cama; tudo passa a fazer mal, a ser demais, indigesto. Sopinhas, suflês, papinha e purês, para quem falta estômago, para quem faltam dentes.

Parecem sobrar-nos anos de vida e faltar equipamento; erro de projeto?

21 maio 2007

Madrugada

Acordo na madruga. Noite fria e silenciosa. Dormes e ouço o teu sereno respirar. Acordo e sinto que o sono me foge, cavalga para além dessa noite que se antevê longa, agora são apenas 3 horas da manhã. Sinto vontade de te acordar, requerer companhia, para dividires comigo essa agonia do despertado solitário na noite fria. Não terei coragem, dormes e o teu sono não é culpado da minha insônia. Respeitarei o teu repouso, ele te fará mais bela ainda ao despertares.

Para minha feiúra não há esperança, nem milhões de horas de sono poderiam curá-la. Sou um feio insone, deitado ao lado de uma bela que dorme. Levanto com cuidado, movimentando o corpo quase totalmente despido na massa de ar frio da madrugada. A pele acusa o golpe, um arrepio percorre o corpo enquanto a própria pele vai ficando ressentida com o frio, arrepiada. Melhor vestir ao menos uma camiseta.

Vou até o escritório, através do vidro amplo da janela vejo que a noite está pintada de prata, enluarada. São 3:24, ligo o notebook e começo a teclar: Acordo na madrugada...

16 maio 2007

Doce

Doce é uma imagem, doces são palavras açucaradas, temperadas com muito amor. Doce é o sorriso da menina de olhos claros e límpidos como a alma. Doces são as comidas preparadas pela mãe. Doce é o passo da namorada, inebriada, encantada, a caminhar de mãos dadas com seu namorado.

Doces são os teus beijos, o toque dos teus lábios suaves, esse arrepio que corre quando sinto o teu peito junto ao meu. Doces são os momentos, quando abraçados, e esquecidos do tempo, sorrimos juntos e fizemos nossas juras de eterno amor.

Doce é te saber em minha vida, seres essa pessoa querida que faz o mundo melhor.
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© 2007 - Ronaldo Souza